"Revela o "Expresso" que Paulo Portas, uma semana antes das eleições de 2005 que o afastaram do Governo, mandou copiar nada mais nada menos que 61 893 páginas de documentação que se encontrava no seu gabinete do Ministério da Defesa. Muitos desses documentos eram, segundo a empresa de digitalização encarregada do serviço, confidenciais. Portas garante que se tratava apenas de "notas pessoais". Estranho, no entanto, é que, sendo "notas pessoais", boa parte (diz Portas) sobre o CDS, não as tenha simplesmente levado consigo e as tenha mandado copiar
Feitas as contas, enquanto foi presidente do CDS e ministro da Defesa, Portas terá, assim, escrito 24 páginas de "notas pessoais" por dia, incluindo domingos, feriados e dias santos de guarda. O que dá algo como uma página de "notas pessoais" por hora, mesmo no banho e mesmo durante as horas de merecido sono (pelos vistos, não é só Deus que não dorme, Portas também não). Onde param agora os documentos (alguns teriam, ainda segundo a empresa de digitalização, inscrições como "Iraque", "NATO", "ONU" ou "Submarinos") só Portas e Deus sabem. O que eu não faria com toda essa documentação!, os lucros, designadamente políticos, que não tiraria dali! Mas eu sou um crápula, e felizmente Portas é um homem honrado."
Por Manuel António Pina, in Jornal de Notícias
Por Manuel António Pina, in Jornal de Notícias
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